Tomar decisões é algo tão rotineiro que, por vezes, aparenta ser algo simples e irrelevante. Não é. E a gente percebe claramente isso quando tem que tomar uma "grande" decisão. Aliás, é muito interessante classificar escolhas em "grandes" ou "pequenas". Se você parar para refletir bem, toda escolha é grande. Qualquer escolha vai levar você a um caminho diferente doutro. Até mesmo se o resultado das escolhas forem o mesmo, o caminho percorrido será diferente - e isso basta para que o resultado não seja completamente "igual".
Por exemplo, posso optar por me graduar em Letras - Português em diversas faculdades do país (se minha nota do ENEM permitir). Em todas, se fizer um bom curso, conquistarei meu diploma. Mesmo assim, os professores que terei, as disciplinas que pagarei, as salas de aulas em que assistirei serão todos diferentes de acordo com minha escolha. Então, perceba que é verdade: por mais que achemos que todos caminhos levam a Roma, as estradas percorridas serão sempre diferentes. Assim, serão diferentes também o aprendizado, os obstáculos e as diversas sensações.
É até um pouco angustiante falar sobre este tema, porém eu tomei a decisão de falar sobre ele e aqui estou. Poderia estar falando sobre Private Practice, sobre o ENEM, sobre morte ou, inclusive, sobre a roupa que estou vestindo. Mas minha escolha foi falar sobre escolhas. Por quê? E era neste ponto que queria chegar: a importância de se pensar nas decisões que se toma. E pensá-las em todas as dimensões possíveis - o hoje e o amanhã. Isso pode evitar vários quilogramas de preocupação e litros de arrependimento. Ah! O melhor de tudo é que você pode escolher entre seguir esse meu conselho ou não segui-lo. Livre arbítrio bacana, não é mesmo?
Mas, então, deixe-me dizer algo que me conforta - essa angústia gerada pelas (in)decisões é bastante antiga. Muita gente já refletiu e escreveu sobre isso. Shakespeare, por exemplo, escreveu em Hamlet:
Ser ou não ser, eis a questão.
Temos, avançando muito na linha do tempo, a poetisa Cecília Meireles (Modernismo, 30) com o poema "Ou isto ou aquilo":
Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
(...)
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
E, mais próximo ainda, Charlie Brown Jr, na música "Lutar pelo que é meu", diz:
Cada escolha
Uma renuncia
Essa é a vida.
Enfim, agora que mostrei a atemporalidade do dilema gerado pelo fato de termos que tomar escolhas e de termos indecisões, eu escolho despedir de vocês. Escolho, ainda, agradecer a todos leitores e aos comentários feitos no último post. Por fim (agora de verdade), escolho desejar a você um ótimo final de semana - e que você reflita sempre sobre suas escolhas! E você, vai escolher comentar?
P.S.: Veja esta foto:
Sim, sou eu. Eu poderia ter escolhido ser um humorista e hoje poderia estar na Câmara dos Deputados, mas não rolou. Ah! Estou feliz com o que sou, com quem estou e como estou atualmente. Mas daqui a um mês, o que será?
P.S.2: Este texto está intrisicamente ligado aos pré-vestibulandos, a escolha de curso superior, a escolha de se relacionar (e com quem) e, principalmente, com a escolha entre o ir e o ficar.
P.S.3: Daqui a um mês, terei minha idade maioridade civil - e isto não tem escolha.